terça-feira, 30 de novembro de 2010

carta de Frida Kahlo para Diego Rivera (12 de setembro de 1939. Não enviada)


"(...) Seu olhar é liso e desliza por todas as coisas. Minha noite quer que você esteja aqui para deslizar em você com ternura. Minha noite o espera. Meu corpo o espera. Minha noite quer que você repouse no meu ombro e que eu repouse no seu. Minha noite quer ser voyeur do seu gozo e do meu, ver você e me ver estremecer de prazer. Minha noite quer ver nossos olhares e ter nossos olhares cheios de desejo. Minha noite quer segurar nas mãos cada espasmo. Minha noite se faria suave. Minha noite geme em silêncio a solidão ao se lembrar de você. Minha noite é longa, muito longa. Perde a cabeça, mas não pode afastar de mim a sua imagem, não pode fazer desaparecer o meu desejo. Ela morre por saber que você não está aqui, e me mata. Minha noite o procura sem cessar. Meu corpo não consegue conceber que algumas ruas ou uma geografia qualquer nos separem. Meu corpo enlouquece de dor por não saber reconhecer no meio da minha noite a sua silhueta ou a sua sombra. Meu corpo gostaria de beijá-lo em seu sono. Meu corpo gostaria em plena noite de dormir e, nessas trevas, ser despertado com os seus beijos. Minha noite não conhece hoje sonho mais belo e mais cruel do que esse. Minha noite berra e rasga os seus véus, minha noite se choca contra o próprio silêncio, mas seu corpo continua impossível de ser encontrado. Você me faz tanta falta, tanta. E suas palavras. E sua cor. Logo o dia vai raiar."

sábado, 27 de novembro de 2010

*Almas Perfumadas



Tem gente que tem cheiro
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.

Ao lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.

Ao lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro
de colo de Deus,
de banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.

Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.

Ao lado delas,
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.

Ao lado delas,
pode ser abril,
mas parece manhã de Natal,
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro
das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.

Ao lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza
.

Ao lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.

Ao lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro
de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.


Ao lado delas,
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.

Ao lado delas,
a gente lembra que no instante em que rimos
Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.


Tem gente como você,
que nem percebe como tem a alma perfumada
e que esse perfume é dom de Deus.

Poema de Ana Cláudia Saldanha Jácomo

Use drogas e seja um miserável mental.


Não são os pobres os responsáveis, muito menos o "sistema", mas sim um grupo medíocre que merece pagar pelas vidas que se perdem a cada segundo para que eles possam dar uma boa baforada na cannabis sativa, ou um "teco" no delicioso pó que eles tanto apreciam enquanto discutem os problemas que alimentam as suas teses, matérias jornalísticas, novelas, peças, filmes, músicas, e expressões egolátricas de crianças crescidas, mimadas e de falsa consciência social.

Que um dia essa massa de miseráveis mentais paguem pelas balas que entram nos crânios, tóraxes e membros de cidadãos, peças de um sistema que só está aqui para alimentar sua sede por prazer ilícito e falso-moralista.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010


Vai, se você precisa ir
Não quero mais brigar esta noite
Nossas acusações infantis
E palavras mordazes que machucam tanto
Não vão levar a nada, como sempre
Vai, clareia um pouco a cabeça
Já que você não quer conversar.
Já brigamos tanto
Mas não vale a pena
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você
Meu amor, cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
e saiba que te amo..

Quando você voltar - Renato Russo

domingo, 21 de novembro de 2010


Eu sento e espero um anjo contemplar meu destino?
E eles conhecem os lugares onde nós vamos quando estamos grisalhos e velhos? Pois me foi dito que a salvação deixa as asas deles estendidas, então, quando eu estiver deitada na minha cama,pensamentos correndo pela minha cabeça,e eu sentir que o amor está morto, estou amando anjos em vez disso... E através disso tudo ele me oferece proteção,muito amor e afeição.Esteja eu certo ou errado.
E debaixo da cachoeira, onde quer que isso possa me levar, eu sei que a vida não me arruinará. Quando eu vier chamar, ele não me abandonará,estou amando anjos em vez disso.
Quando estou me sentindo fraca e minha dor caminha por uma rua de mão única, eu olho para cima e sei que serei sempre abençoada com amor. E conforme o sentimento cresce, ele sopra carne aos meus ossos.
E quando o amor estiver morto, estou amando anjos em vez disso...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010



Que nego é esse, que despertou meu interesse?
Que nego é esse que eu to ganhando a vários meses?
Que nego é esse?
Não marco toca, não dou blefe!
Que nego é esse?
Te pego qualquer dia desses!

Um Deus de ébano, oh!
Sua ginga é o melhor
Ah, eu me sinto tão só
Desafio a gravidade e o mundo gira, gira á toa
Na certeza que um dia ficaremos numa boa!eu sei ...

Um dia eu vou estar á toa
E você vai estar na mira
Eu sei que você sabe
Que eu sei que você sabe
Que é difícil de dizer
O meu coração é um músculo involuntário
E ele pulsa por você
Um dia eu vou estar contigo
E você vai estar na minha

E se for atração?
Eu não sei não ...
E se for paixão?
Eu não sei não ...
Se for do coração?
Eu não sei não ...
Eu tô que tô tomada pela emoção

O suor corre frio
Eu sinto um arrepio
O coração disparou
Num segundo vai a mil
Falo e não me calo e faço o "bem-me-quer"
Eu jogo a moeda e seja o que Deus quiser!!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Passaro de fogo


Vai se entregar pra mim

Como a primeira vez

Vai delirar de amor

Sentir o meu calor

Vai me pertencer
Sou pássaro de fogo

Que canta ao teu ouvido

Vou ganhar esse jogo,

Te amando feito um louco

Quero teu amor bandido
Minh'alma viajante, coração independente

Por você corre perigo

To afim dos teus segredos

De tirar o teu sossego

Ser bem mais que um amigo
Não diga que não

Não negue a você

Um novo amor

Uma nova paixão
Diz pra mim...
Tão longe do chão

Serei os seus pés

Nas asas do sonho rumo ao teu coração

Permita sentir

Se entrega pra mim

Cavalga em meu corpo

Oh minha eterna paixão...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dias de chuva- Alemão Ronaldo


Não tenho vergonha de pegar na tua mão
Mesmo depois de ter ouvido um não
Dizer coisas bonitas não sei se sou capaz
E frases decoradas não te interessam mais
Saiba que os dias de chuva
Eu te dou abrigo
Mas quero que os dias de sol
Divida comigo.

Só fala em mim - Ana Carolina


O tempo vai passar você vai ver
Então por que já não saber de vez?
Você está tão longe de entender
O que eu falo bem diante de você

Você diz: - tudo bem, depois faz diferente
Diz que vai sumir e sempre volta atrás
Enquanto a sua imagem vai e vem
Aonde posso ir se você não está

O sol me reconforta e eu ando só
E sei que você anda por aí
Eu nunca mais te vi ao meu redor
Nem sei se me encontrei ou te perdi

Talvez eu siga sem você daqui pra frente
A vida tem caminhos muito desiguais
Disseram que você só fala em mim
Agora veja como a gente foi ficar

Não mandei você ir embora
Nem falei que podia me esquecer
Vou sorrir pra tristeza agora
Vou viver os meus dias sem você

terça-feira, 2 de novembro de 2010


Porque o amor está fora de moda

Eu tenho pensado muito nas meninas. Em todas, em especial nas que levaram uns tombos depois de breves beijos na calçada e resolvem brincar de crescer e agora não sabem como parar com isso. Tenho pensado nas suas habilidades em tecer expectativas por amores fabulosos, amores de Chico, romances de García Márquez, histórias de Roger Mitchell, com Julia Roberts e Hugh Grant. Ao criar tantas expectativas, viver a realidade não é decepção. É mero retrabalho.Tenho pensado em suas novas músicas alegres e ruins, suas novas roupas luminosas clamando atenção para o que pouco importa, suas novas soluções alcoólicas, suas velhas mentiras que insistem em contar, seus finais infelizes, suas vidas escritas à caneta, aquele jeitinho doce e dissimulado de começar falando pelo final, suas vozes roucas de tanto gritar, seus chicletes de menta imitando o sabor de suas vidas após doze minutos, dentre lábios que mereciam estar sendo mordiscados nesse exato instante e não procurando sensações na tela do computador.Tenho pensado nos três pontos finais que os moços colocam e elas teimam em ver ali reticências, uma réstia de esperança de que o episódio não signifique o óbvio, um tijolo a menos nas suas construções afetivas. Ontem eu vi uma menina de cinco ou seis tendo um de seus primeiros desejos latentes negados: um sorvete num parquinho meio vazio, aspirando brisa, com os cabelos finos desgrenhados pelo vento frio. Meninas são isso: fadas chorosas por sorvete fora de época, e não consigo lembrar, mais ou menos, o dia em que nós rapazes perdemos a conta disso e passamos a negar todos os sabores.Com tantos direitos conquistados, foram perder justo o de ser feliz. Ir, rir e vir, sem precisar filtrar seus graus ou preocupar-se com o que o pai ou a cidade inteira vai pensar. Bárbaras e ninguém vê. Perfumadas e ninguém cheira. Ensaiadas e ninguém assiste. Indumentadas e ninguém elogia. Cheias de mistério e ninguém desvenda. Repletas de segredos e ninguém quer saber. Entupidas de palavras e ninguém pra ouvir. Com mais de 10 mil terminações nervosas em cada área intocada e ninguém pra pousar a mão quieta por mais de cinco minutos. Cheias de cena e ninguém a aplaudir. Cheias de blogs floridos que ninguém lê. Com dois ou três números de telefone aguardando ninguém ligar. Cheias de curva e todo mundo passando reto.Se valorizando, se insinuando, se poupando para no fim se dar de graça, pois o "mercado" (péssima analogia) está em baixa e o que vier, mesmo sem nunca ter botado os olhos num Neruda ou num Almodóvar ou num Michael Buble, vem bem, é lucro. Eternamente se doando sem receber a cesta básica em troca: carinhos, fungadas, afagos, ombros, ouvidos, palavras, proteção, segurança, pão com ovo, telefonemas, cócegas, bilhetes, rosas de alguma cor ou beijos de lábios que caminham calorosa e cuidadosamente, transitando por pescoços, braços e orelhas.Não pulgas e sim beijos atrás das orelhas, ali onde nenhuma menina tem o mesmo perfume da outra, o que desmente a tese de serem todas iguais. Elas só querem as mesmas coisas, talvez não agora, nesse momento, lugar ou fase da vida, e provavelmente não hoje, nessa festa ou reunião de amigos, na frente de vocês, em parquinhos vazios. Porque o amor está fora de moda.

www.carascomoeu.com.br/2010/10/porque-o-amor-esta-fora-de-moda.html